terça-feira, 3 de dezembro de 2019



Dia 14

Ione havia nos reservado uma excursão em Belo Monte, que é a segunda maior hidrelétrica do Brasil. Ione havia trabalhado no projeto e acreditava que era um bom exemplo de como a energia, que é muito necessária em um Brasil sempre crescente, poderia ser gerada com um impacto ambiental razoável.

O projeto original na década de 1970 foi fortemente criticado, pois possuía várias barragens adicionais a montante com grandes reservatórios que inundariam áreas maciças de floresta e afetariam 9 ou 10 reservas indígenas. No entanto, os novos planos do projeto foram substancialmente mais eficientes por seguintes motivos. A usina de 18 turbinas de Belo Monte sempre seria eficiente, pois os dois fatores que afetam a produção de energia de uma barragem são a vazão de água e o diferencial de altura que a água cai. Com uma queda natural de 90 metros, isso fez do local uma escolha perfeita. Além disso, Belo Monte foi originalmente concebido para funcionar durante todo o ano, o que exige que grandes reservatórios armazenem água acumulada para a estação seca, mas os novos projetos funcionam apenas na estação chuvosa. Isso é importante por alguns motivos. Em primeiro lugar, isso significava que não havia necessidade de enormes reservatórios, pois só funcionaria com sua capacidade de produção de energia mais eficiente quando houvesse naturalmente mais água. Em segundo lugar, o projeto foi integrado à rede nacional de energia, o que significa que, ao contrário da maioria das reservas que precisam funcionar o ano todo para fornecer energia de forma consistente, Belo Monte foi posta em posição de trabalhar apenas na estação com eficiência de chuvas, conforme os requisitos básicos de energia do país poderia ser coberto por outras usinas. Isso permitiu um projeto com muito menos impacto ambiental. O número de usinas foi limitado a apenas duas, reduzindo as inundações florestais e preservando as terras indígenas. Um canal artificial foi construido, com volume de escavação maior que o do Canal do Panamá, desviando a água das terras indígenas que não eram mais inundadas. No entanto, reduziu a água apenas para o período da estação seca, afetando os hábitos de criação de peixes e os padrões de pesca dos povos indígenas. No entanto, essa foi uma melhoria significativa em relação à inundação de 9 a 10 reservas indígenas no projeto original. Ninguem questiona que usinas têm custo ambiental e social, a questão é se os beneficios da produção de energia compensam.

Fomos recebidos por uma guia muito efusiva chamada Maria, que conduzia os passeios na usina. Ela explicou como funcionava e a história de sua construção, além de nos mostrar alguns documentários curtos. Em seguida, entramos para ver o interior da usina e as áreas em que eles fazem manutenção e monitoramento das turbinas. Finalmente, fomos para o topo da barragem, onde tínhamos uma vista deslumbrante do reservatório de um lado e dos enormes tubos com as turbinas, do outro. No início da construção, 30.000 pessoas foram contratadas, mas agora, para mantê-la, restam apenas 3.000. Também fizemos um tour pela vila onde os trabalhadores moravam, o que foi impressionante, pois as casas eram bastante agradáveis ​​e eles literalmente desenvolveram uma pequena cidade ao redor da barragem com bancos, lojas e restaurantes.



Day 14

Ione had booked us a tour at the Belo Monte which is the second largest hydroelectric dam in Brazil. Ione had worked on the project and believed it was a good example of how energy, that is much needed in an ever-growing Brazil, could be generated with a reasonable environmental impact.

The original project in the 1970´s was heavily criticized as the project had various additional dams upstream with large reservoirs which would flood massive areas of forest and would affect 9 or 10 indigenous reserves. However, the new project plans were substantially more efficient for a couple of reasons. Belo Monte 18-turbine powerplant was always going to be efficient as the two factors that affect energy production of a dam is the quantity of water and the height differential that the water drops. With a natural drop of 90 meters this made the location site a perfect choice. In addition, Belo Monte was originally meant to work all year long which requires large reservoirs to stock pile water for the dry season but the new projects only functions in the wet season. This is important for a couple of reasons. Firstly, this meant that the there were no need to enormous reservoirs as it would only work at its most efficient energy production capacity when there was naturally more water.  Secondly, the project was integrated in the national energy network which meant that unlike most reserves that need to run all year long to provide energy consistently, Belo Monte was put in a position to only work in the wet-efficient season as the basic energy requirements of the country could be covered by other powerplants. This allowed for a project with much less environmental impact. The number of dams was limited to only 2 reducing forest flooding and preserving indigenous lands. An artificial canal was excavated larger than the Panama Canal which diverted from the indigenous lands which no longer got flooded, however, did reduce water to only dry season period impacting fish breeding habits and the indigenous people fishing patterns. However, this was a massive improvement than 9-10 flooded indigenous reserve. No one argues that the hydroelectric dams do not come at an environmental and social cost, the question is whether the benefits in energy production outweigh them.

We were met by a lady named Maria who conducted the tours who was very jolly. She explained how the dam worked and the history of its construction as well as showed us some short documentaries. We then went inside to see the inside of the powerplant and the areas where they do maintenance and monitoring of the turbines. Finally, we went to the top of the dam where we was a stunning view of the reservoir and behind us the enormous tubes with the turbines. At the start of the construction 30,000 people were hired but now to maintain it only 3,000 remain. We also got a tour of where the workers lived on site which was impressive as the houses were quite nice and they had literally developed a little town around the dam with a banks, shops and restaurants.





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